quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Forcíades, Gréias e Gorgonas

FORCÍADES, GRÉIAS E GORGONAS
Fórcis desposou sua irmã Ceto e gerou muitos monstros: as Gréias, as Górgonas, Equidna e a serpente Ládon. As Gréias (Penfredo, Ênio e Dino) são descritas como cinzentas e em forma de cisne, tendo um olho e um dente para repartir entre elas. Vivem no longínquo leste, onde protegem suas irmãs, as Górgonas. Duas destas são imortais, Esteno e Euríale, mas a terceira, Medusa, não era. Após deitar-se com Poseidon ela não gerou filhos da maneira usual. Depois de sua decapitação por Perseu, seus filhos, Pégaso e Crisaor, saíram de seu pescoço. Crisaor casou-se com outra Oceanide, Calírroe, que lhe deu Gerião de três cabeças. Equidna era metade linda mulher, metade serpente. Desposou Tifon, filho de Gaia e Tártaro. Esse tinha cem cabeças de cobra, barulhentas e lançadoras de chamas, nos ombros. Seus filhos eram: Ortos, cão de guarda de Gerião; Cérbero; hidra; a Quimera e a águia (ou abutre) de Prometeu.

As gréias e as górgonas eram monstros da mitologia grega. As gréias eram um pouco mais pacíficas, trata-se de três irmãs que tinham cabelos grisalhos desde o nascimento. Já as górgonas eram mais assustadoras, possuíam dentes de javali, garras de bronze e cabelos de serpente, a górgona mais famosa de toda mitologia foi Medusa.
 
Na mitologia grega, as gréias eram três irmãs que tinham apenas um dente e um olho, que compartilhavam. Eram irmãs mais velhas das górgonas. Seus nomes são: Ênio, Péfredo e Dino. Perseu teria roubado o olho e o dente e devolvido a elas em troca de informações que lhe ajudariam a encontrar e matar Medusa.

Chamadas de "As Velhas Mulheres" quando vieram ao mundo já eram velhas. Na origem, era duas: Ênio e Péfredo, às quais, mais tarde juntou-se Deino. Possuíam um só olho e um só dente, comum as três, dos quais se serviam alternadamente. Viviam no extremo Ocidente, no País da noite, onde o Sol nunca resplandecia.
Então, pela velhice císnea associam-se às Graias lembranças da morte ritual da realeza.

E, mais especialmente, a velhice monstruosa das Graias é composta pelo singular modo que bem as define: elas são as Velhas enquanto grisalhas de nascença. Nelas a velhice, que o encanecimento manifesta, provêm de, ou vêm com o nascimento. E, na fórmula similar de Ésquilo, elas são as Velhas enquanto vetustas virgens, de modo que a potência juvenil de virgindade procriadora é dada pelo definhamento vetusto infértil.

Assim, o ser e a natureza monstruosa das Graias bem se define por essa singular velhice, justamente composta pela união de vida e morte, porque se (con)fundem, indissociados, o que é nascimento e, pois, princípio, com o que é morte e, pois, fim do existir humano.

Da (con)fusão de Princípio (Passado) e Fim (Futuro), então referida à concepção da temporalidade que a História compõe enquanto memória do existir humano, diz similarmente a recriação do mito das Graias por Barth.

 

GORGONAS:
A Górgona (em grego: Γοργών ou Γοργώ, transl. Gorgón ou Gorgó) é uma criatura da mitologia grega, representada como um monstro feroz, de aspecto feminino, e com grandes presas. Tinha o poder de transformar todos que olhassem para ela em pedra, o que fazia com que, muitas vezes, imagens suas fossem utilizadas como uma forma de amuleto. A górgona também vestia um cinto de serpentes entrelaçadas.

Na mitologia grega tardia, diziam-se que existiam três górgonas: as três filhas de Fórcis e Ceto. Seus nomes eram Medusa, "a impetuosa", Esteno, "a que oprime" e Euríale, "a que está ao largo". Como a mãe, as górgonas eram extremamente belas e seus cabelos eram invejáveis; todavia, eram desregradas e sem escrúpulos. Isso causou a irritação dos demais deuses, principalmente de Atena, a deusa da sabedoria, que admirou-se de ver que a beleza das górgonas as fazia exatamente idênticas a ela.

Atena então, para não permitir que deusas iguais a ela mostrassem um comportamento maligno, tão diferente do seu, deformou-lhes a aparência, determinada a diferenciar-se. Atena transformou os belos cachos das irmãs em ninhos de serpentes letais e violentas, que picavam suas faces. Transformou seus belos dentes em presas de javalis, e fez com que seus pés e mãos macias se tornassem em bronze frio e pesado. Cobrindo suas peles com escamas douradas e para terminar, Atena condenou-as a transformar em pedra tudo aquilo que pudesse contemplar seus olhos. Assim, o belo olhar das górgonas se transformou em algo perigoso. Em outras versões, somente Medusa tinha os cabelos de serpentes, suas irmãs eram cegas e para enxergar, partilhavam o mesmo olho.

Envergonhadas e desesperadas por seu infortúnio, as górgonas fugiram para o Ocidente, e se esconderem na Ciméria, conhecido como "o país da noite eterna".

Mesmo monstruosa, Medusa foi assediada por Poseídon, que amava Atena. Para vingar-se, Medusa cedeu e Posseidon desposou-a. Após isso, Posseidon fez com que Atena soubesse que ele tivera aquela que era sua semelhante. Atena sentiu-se tão ultrajada que tomou de Medusa sua imortalidade, fazendo-a a única mortal entre as górgonas. Em outras versões, Atena amaldiçoou as górgonas justamente porque quando Medusa ainda era bela, ela e Possídon se uniram em um templo de Atena, a deusa ficou ultrajada e as amaldiçoou.

Mais tarde, Perseu, filho de Zeus e da princesa Dânae, contou com a ajuda de Atena para encontrar Medusa e cortar a sua cabeça, com a qual realizou prodígios. Pois mesmo depois de morta, a cabeça continuava viva e aquele que a olhasse nos olhos se tornava pedra.

Simbolismo
Medusa seria a personificação da corrupção do próprio ego que ao encontrar diante de si mesmo não resiste e sucumbe a própria monstruosidade antes oculta.

Esteno personifica a opressão e a dúvida que assolam o espírito ignorante, isto é, sem a Sabedoria (Atena).

Euríale personifica aquilo que é desconhecido e sempre é colocado à margem da vida, porque o próprio espírito não aceita.

Medusa é uma das três Górgonas, divindades da mitologia grega, filhas das divindades marinhas Fórcis e Ceto e irmãs das velhas Gréias. Ao contrário de suas irmãs Górgonas, Esteno e Euríale, Medusa era mortal

Medusa era portadora de extrema beleza juntamente com suas duas irmãs. Quando estava sentada num campo cercada de flores de Primavera, o deus do Oceano, Poseídon, une-se a ela e gera os seus dois únicos filhos, mas estes só nascem no momento da morte de Medusa. A vida das três irmãs, vidas debochadas e dissolutas, aborrecia os demais deuses, principalmente à deusa Afrodite. Para castigá-las, Afrodite as transformou em monstros com serpentes em vez dos seus belos cabelos, presas pontiagudas, mãos de bronze, asas de ouro, e seu olhar petrificava quem olhasse diretamente em seus olhos. Temidas pelos homens e pelos deuses, as três habitavam o extremo Ocidente, junto ao país das Hespérides e vizinhas de Nix (a deusa da Noite).

Morte
Perseu foi encarregado pelo rei de Sérifo, Polidectes, de decepar e lhe dar de presente a cabeça da Medusa para, em sua vez, Polidectes oferecer como prenda a Énomao, rei de Pisa, com fim de desposar a sua filha Hipodâmia. Para isso, o herói Perseu encontrou-se com umas certas ninfas africanas que gentilmente lhe ofereceram objetos mágicos para o ajudarem no combate a Medusa, tais como: um alforge, um par de sandálias aladas, que lhe permitiam elevar-se como uma pena e escapar velozmente dos monstros, um escudo de bronze bem polido cujo reflexo neutralizava o olhar petrificante das irmãs de Medusa e um capacete que, uma vez colocado, o convertia numa figura invisível, possibilitando-o de se aproximar de Medusa sem este ser descoberto. Quando Perseu a decapitou usando uma foice com uma rigidez de diamante e bem afiada, uma oferta do deus Hermes, as grandes figuras mitológicas Pégaso (o cavalo alado) e Crisaor, com a sua espada dourada, nasceram do pescoço de Medusa. Perseu recolheu a cabeça decapitada de Medusa e colocou-a no alforge que as ninfas lhe tinham entregue para manter a cabeça bem tapada de todos os olhares, pois Medusa, mesmo depois de morta, seria ainda capaz de petrificar quem a fitasse nos olhos tal era a dimensão do seu poder.

Simbolismo
Aegis é o nome do escudo da deusa Atena, o qual tem a Górgona [2], e que viria originar o nome em português de Égide, que significa precisamente “escudo”.

As gravuras da Górgona Medusa que decoravam os telhados dos templos gregos tinham como objectivo assustar os maus espíritos. As mais famosas dessas gravuras encontravam-se nos frontões do Templo de Ártemis (a quarta maravilha do Mundo Antigo) na ilha de Éfeso [3].

Algumas das taças de vinho atenienses nos meados do século VI a.C. apresentavam o seguinte aspecto: cerca da berma, no interior da taça, desenhavam-se cachos de uvas, não deixando dúvidas que naquela taça se servia apenas vinho; já perto do fundo, estão desenhadas em todo o contorno umas figuras negras de rapazes nus a servirem vinho aos convidados, enquanto que na base da taça, estava estampado o símbolo da Górgona, ou seja, quem bebesse por essas taças, no momento em que o vinho chegasse a um nível onde que era permitido poder-se ver as figuras negras, os servidores desnudados, significava que a taça necessitava de ser enchida; a cabeça da Górgona depositada no fundo, seria uma mensagem humorística que indicava ao convidado manter a taça do vinho sempre cheia durante a festa, caso contrário, viria a figura da Górgona desvendada e seria transformado em pedra [1].

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