quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

As Fontes,Águas estagnadas

22.14.04.16 -  AS FONTES, ÁGUAS ESTAGNADAS
AS FONTES:
As fontes comos as ribeiras eram filhas de Tetis e do Oceano, protegidas das Ninfas e dos gênios, com os quais eram identificadas. As águas sempre exerceram um fascinio, pela sua grande importancia, principalmente por representarem a propria vida. Águas curadoras, fonte da juventude, poço dos desejos, eram veneradas em todas partes do mundo.

Segundo Raïssa Cavalcanti em seu livro Mitos da Água: “Aganipo nasce aos pés do monte Hélíoon, na Beôcia. Dizia-se que as suas águas tinham a virtude de inspirar os poetas e ela era consagrada às Musas. Perto desta fonte ficava a fonte Hipocrene, "a fonte do cavalo", assim chamada porque nasceu de uma patada que o cavalo Pégaso deu no monte Hélicon. As suas águas também favoreciam a inspiração poética. As Musas se reuniam em torno desta fonte para cantar e dançar. Muitas vezes, as duas fontes, por sua proximidade, são confundidas como se fossem uma só.

A fonte Castália, cujo nome quer dizer "aquela que brilha", ficava ao pé do monte Pamasso. Contava-se que Cestalia, anteriormente uma jovem de Delfos que, perseguida por Apolo, lançou-se numa fonte que recebeu seu nome e foi consagrada ao deus. Quem quer que bebesse de suas águas sentia-se poeticamente inspirado. A Pítia de Delfos, antes de proferir os oráculos e sentar na trípode, ia freqüentemente beber de suas águas, que dizia facilitar a sua inspiração.
A fonte de Pirene, que quer dizer "a borbulhante", era uma célebre fonte de Corínto. Foi perto das águas desta fonte
 
que Belerofonte encontrou e se apoderou de Pégaso para se elevar nos ares e voar. Consoante Junito de Souza Brandão, existem duas versões para a sua origem: "Numa primeira versão, a heroína era uma das filhas do deus-rio Asopo. Unindo-se a Poseidon, foi mãe de Leques e Quêncrias, heróis epônimos dos dois portos da grande cidade marítima do Istmo. Mas como Ártemis, acidentalmente, matara a Quêncrias, Pirene chorou tanto que suas lágrimas formaram a fonte de seu nome. Existe uma outra variante: a fonte de Pirene teria sido um presente de Asopo a Sísifo, como recompensa de um grande beneficio que este lhe prestara."
 
Nas civilizações mais antigas, os cultos religiosos se concentravam em tomo das fontes e os lugares de peregrinação possuíam sempre uma nascente ou fonte, que eram vistas como lugares essencialmente sagrados, pois era aí onde ocorriam as hierofanias, a manifestação do poder divino. Por isso, as fontes recebiam o nome de um santo ou de uma ninfa. Por ser um lugar santo, isto é, puro, a fonte jorra uma água pura que atrai as ninfas; assim, toda fonte possuía a sua ninfa. "O diabo raramente está em relação com as fontes e muito poucas trazem o seu nome, ao passo que um grande número delas recebe a denominação de um santo e muitas a de uma fada (mitologia nórdica)."
 
o caráter sagrado das fontes determinava então a proibição de algumas atividades em suas proximidades. Em algumas culturas como a maia, por exemplo, é proibido pescar nas águas das fontes ou cortar árvores a sua volta. Banhar-se em algumas fontes também era considerado proibido, a não ser com a permissão de um deus. Aquele que cometesse tal infração podia contrair doenças incuráveis ou mesmo ser punido com a morte. "Outro risco que se poderia incorrer com a violação da sacralidade das águas habitadas pelas ninfas das Quem as visse tomava-se nympholeptos, isto é, 'possuído pelas ninfas, entrando em delírio. Os latinos usavam para caracterizar este estado o adjetivo lymphalicus.''

São inúmeras as descrições, nas lendas e no folclore, dos castigos infligidos àqueles que ousaram macular a sacralidade das fontes.
A fonte é considerada sagrada porque simboliza o lugar de onde flui a energia universal divina que dá origem à vida e o lugar de onde emana e flui toda a fecundidade. A fonte representa a generosidade e o amor de Deus com os homens. Para as mais diversas concepções religiosas, Deus é considerado a única, a última e verdadeira fonte real de onde surgem todas as coisas. No Egito antigo, o deus Hapi, considerado o deus do Nilo, era a Fonte da vida, tanto agricola quanto espiritual. “
 
Fonte:
Cavalcanti, Raïssa – MITOS DA ÁGUA

LAGOS, TANQUES E PÂNTANOS:
Eram objetos misteriosos, para cultuar toda a mistificação, a poesia, as lendas, colocando entre os juncos, águas profundas, escuras toda a imaginação mítica, como ninfas, serpentes, objetos mágicos, mistério, cavernas e grutas, passagens abissais sub-áquáticas.
Diana era venerada as margens do Lago Estínfale, na Arcádia. O lago Averno era consagrado a Plutão, acreditava-se que esse lago tinha ligações estreitas com o inferno, conhecido como o lago das sombras.
Outro lugar que diziam ser uma entrada do inferno devido sua grande profundidade, era o Pântano de Lerna, cuja morada de um monstro tornou o lugar famoso.

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